Protesto de auditores em Viracopos para linhas de
produção no interior
Segundo Ciesp Campinas, são ao menos três empresas na
região.
Fiscais pedem 21,3% e 'Operação Padrão' afeta voos
internacionais.
Luciano CalafioriDo G1 Campinas e Região
Ao menos três empresas da região de Campinas (SP) estão
com as linhas de produção paradas devido ao atraso na liberação de cargas por
reflexo da “Operação Padrão” dos auditores fiscais no Aeroporto Internacional
de Viracopos. O rigor na fiscalização se intensificou há semana. A
informação é da regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp).
Segundo a Delegacia Sindical dos Auditores em Campinas,
os atrasos, em alguns casos, chegam a duas semanas. Os fiscais analisam todos
os documentos e caminhões que chegam e saem, além das cargas em aviões.
Verificam até se na documentação constam todas as mercadorias encontradas na
aeronave. Normalmente, este tipo de análise é feita por amostra, como no caso
dos passageiros com bagagens em voos internacionais.
Nesta terça-feira (19), uma fila de caminhões se formou
na porta do terminal de cargas. A espera, que geralmente é de 15 minutos,
chegou a pelo menos uma hora.
Aumento salarial
A categoria reivindica 21,3% de reajuste salarial por
meio de projeto de lei que foi acordado com o governo da presidente afastada
Dilma Rouseff, escalonados em 4 anos, segundo o sindicato nacional da
categoria.
Os servidores federais intensificaram as fiscalizações
todas as terças e quintas-feiras desde a semana passada para pressionar o
governo federal a cumprir o acordo. O Ministério do Planejamento informou, por
meio de nota, que elabora minuta de Projeto de Lei sobre o tema e, no momento
oportuno, deverá encaminhá-lo ao Congresso Nacional.
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-
Campinas, Anselmo Riso, disse ao G1que o protesto agrava a situação do
setor, que acumula déficit na balança comercial de US$ 2,3 bilhões entre
janeiro e junho deste ano.
“Só neste mês de junho o déficit é de U$ 434 milhões.
Temos de duas a três empresas com o processo de produção parado, mas, por
enquanto, as empresas de transporte são as mais prejudicadas”, avalia Riso. O
Ciesp não informou quais empresas pararam a produção.
Justiça
O dirigente do Ciesp-Campinas não descarta a
possibilidade das empresas recorrerem à Justiça .
“Não podemos mais ser prejudicados, mas preferimos que o
governo federal cumpra o acordo”, completa.
500 empresas
A regional Campinas do Ciesp concentra 500 empresas em 19
cidades e o faturamento anual é de R$ 37,18 bilhões. As indústrias empregam
nesta região 91,1 mil trabalhadores.
O presidente da Delegacia Sindical dos Auditores em
Campinas, Bruno da Rocha Osório, disse que as empresas que mais têm sido
prejudicadas com o protesto dos auditores são as que trabalham com estoque
baixo.
Em Viracopos, são 120 servidores que operam nos setores
de carga e de passageiros, além de trabalhos internos que não interferem no
atendimento de passageiros e empresas.
O protesto tem prejudicado até autônomos que trabalham no
setor de cargas eventualmente. “Quando eles fazem protesto eu posso ficar sem o
meu lucro”, disse um auxiliar de serviço, que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, em um dia o ganho pode chegar R$ 200, auxiliando o trabalho de
carga e descarga de mercadorias.
Passageiros
O protesto dos auditores fiscais atrasou em até duas
horas a liberação de passageiros e bagagens de voos internacionais na manhã
desta terça-feira. Um dos voos chegou de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos,
às 5h55. Outro chegou de Orlando, também nos Estados Unidos, às 7h10.
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