Canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes fechado
impacta exportação de aves e suínos
A produção de carne de aves e suínos, principal produto
de exportação de Santa Catarina, está entre os setores mais impactados pelo
fechamento do canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes, que não operam
normalmente desde o dia 18 de maio. Há contêineres de exportação com mais de
uma semana de atraso na entrega.
As cargas refrigeradas, perecíveis, estão sendo mantidas
em armazéns e terminais retroportuários com tomadas eletrificadas, que aumentam
o custo de armazenagem. Outra parte seguiu para outros portos, para apressar o
escoamento.
Ricardo de Gouvêa, diretor-executivo do Sindicarne, diz
que o percentual de perdas depende de acordos comerciais específicos, que
envolvem os seguros e cláusulas contratuais, por isso é difícil de ser
calculado. Mas as duas alternativas logísticas impactam no custo final da
exportação, e representam prejuízo.
Na Portonave, em Navegantes, que responde pela maior
movimentação portuária no Estado, 29 navios suspenderam a atracação até esta
terça-feira. Mais de 17 mil contêineres com cargas diversas foram afetados pelo
cancelamento de escalas _ 8 mil contêineres deixaram de embarcar, e outros 9,5
mil não foram descarregados no porto.
Atenção
Embora ainda vejam vantagem logística na operação pelo
Complexo Portuário do Itajaí-açu, os empresários da carne estão de olho nas
medidas que serão tomadas para evitar novos entraves. Em março, o setor já teve
perdas devido à greve dos transportadores de contêineres em Santa Catarina,
seguida da crise decorrente da Operação Carne Fraca.
A solução para o fechamento do acesso aos portos passa
pelo controle da velocidade de escoamento do rio na foz. Os projetos existem e
estão nos planos do Governo do Estado. Falta colocá-los em prática.
Força maior
A praticagem de Itajaí e Navegantes deverá declarar
¿força maior¿, uma prerrogativa que permite que se abstenha de cumprir alguns
acordos. Os práticos têm um mínimo de manobras a serem feitas por mês e comprovadas
à Marinha. Em maio, no entanto, o número ficou abaixo do mínimo devido ao
fechamento do canal.
Logística
Os cancelamentos de escala trazem uma preocupação extra
aos donos das cargas. Pelo menos um navio que deveria atracar no Complexo
Portuário teria descarregado mais de mil contêineres em outro terminal e
deixado o transporte final da carga, de volta a Itajaí, por conta do
importador.
O advogado Osvaldo Agripino, professor da Univali, alerta
que é responsabilidade de quem opera o navio garantir que a carga chegue ao
destino final contratado, não importa de que maneira isso ocorra.
Em caso de omissão, o cliente pode acionar a Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Fonte: Click RBS
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